Eu queria desligar, dar um reset, ficar off um tempo. Sair do mundo para entrar em mim. Queria ver gente, mas não muita. Queria bichos, mas não muitos. Queria mar, cachoeira, sol para fritar os miolos. Um amigo aconselhou ir para Boipeba. Achei que era forma de se expressar, mas quando o vi explicando onde ficava, percebi que estava sendo ingênua em duvidar da existência de Boipeba. “Você precisa ir até Morro de São Paulo, pode ir via lhéus, pegar um barquinho e então, chegará à Boipeba”. Passado o momento de riso, achei mais poético explicar como chegar a São Francisco do Sul e isso me fez decidir ir para outro lugar que não fosse a inusitada cidade.
Onde fica São Chico? Bem, olhando o mapa de SC, você verá duas ilhas, uma maior ao Sul, que é Florianópolis; outra menor, ao Norte, que é São Chico, ilha onde nasceu Sonia Freitas, minha mãe, e onde passei uma feliz infância e adolescência.
Esse mesmo amigo, indicou uma agência de turismo. Liguei para a consultora, muito atenciosa, simpática e parecia entender o meu desejo. Repetia feito atendente do Mc Donalds: Você quer um lugar tranquilo, sem ser isolado, quer se encontrar, blablabla. Isso, isso, respondi confiante. A cada proposta enviada eu refletia sobre onde eu estava falhando na tentativa de expressar o destino que eu desejava, mas que ainda não tinha um nome. Ela me trouxe como opções o Nordeste, Foz do Iguaçu, Galápagos. “Moça, talvez eu tenha esquecido de falar, não quero ir para o Nordeste agora, não quero repentista cantando na minha cabeça e, enquanto houver mar e praia que ainda eu não conheça, por favor não indique como opções, lugares frios e nem Boipeba! ”. A postura atenciosa recuou um pouco: você conhece muitos lugares, estamos em alta temporada e o valor que você está disposta a investir não tem muitas opções, disse ela. Eu sentenciei: esse é o seu desafio!
Difícil aceitar que algumas pessoas não curtem um desafio ou menos ainda que perdem uma negociação ainda que o país esteja em crise. Porque o meu teto financeiro era humilde, mas não desprezível. A moça sumiu. Nem para mandar um whats se justificando. Dei de ombros. Estou assim…
Sosseguei e esperei o Universo agir. Porque ele age, nós sabemos. Bastar querer com o coração, com a alma. Estava em férias e me dei o direito de ler apenas os e-mails lights. Fui buscar se tinha algo no spam que não deveria estar lá (deve fazer anos que não faço isso) e… bingo!!!! Um deles falava sobre um lugar especial na Serra Mantiqueira, no sul de Minas Gerais.
O e-mail dizia: “Um lugar que encanta com suas paisagens, cachoeiras de águas límpidas, ar puro das montanhas, grande energia e boas vibrações. O local pertenceu aos monges beneditinos entre as décadas de 50 e 90. Foi adquirido por um casal antenado, que manteve as características arquitetônicas e ecológicas do local e o disponibiliza para grupos”. O nome da cidade? Delfim Moreira. Não pensei duas vezes.
Pois bem: DM (já estou intima do lugar), abre os braços, to indo te conhecer, lindeza! Minha primeira passagem por Minas Gerais…
Não importa a sua opção de carnaval. Sejamos felizes com nossas escolhas!
MF, 04/02/2016
Deverá estar ligado para publicar um comentário.