Esses dias eu senti o chão mexer… a tela do notebook “correu” aos meus olhos… Achei que era o excesso de leitura e a falta dos óculos… Fui busca-los e não consegui chegar até eles…
Contrariando os modelos tradicionais e os quais eu sempre segui, resolvi fazer diferente. Ao invés de agendar para o mais breve possível uma consulta, fui buscar dentro de mim possíveis respostas para tal mal-estar.
Longe de mim ser rebelde, mas me dar esse tempo faz parte de algo que eu venho buscando há anos. Não fazia sentido eu negligenciar o tempo que lutei para conseguir e para poder olhar pra mim com o merecido cuidado. Não fazia sentido eu desprezar a oportunidade de ampliar o autoconhecimento e, quem sabe, exercitar a auto cura. Porque eu acredito que parte dela (uma grande parte) – da cura – está dentro da gente.
Semelhante ao feito durante a anamnese, fui analisando os acontecimentos dos últimos meses. Tudo mudou! A resposta estava óbvia: mudar mexe com o chão da gente. Mexe com a nossa segurança, coloca em teste se damos conta de colocar em prática aquilo que lá no fundo o coração da gente um dia quis e desejou, e o que mentalizamos e o Universo se encarregou de materializar. Muitos questionamentos compuseram a minha anamnese: aquela segurança da minha fase “anterior” era segura mesmo? Eu estava me sabotando? Eu era valorizada? Eu me valorizava? Eu aprendia mais ou ensinava mais? Ou nenhum dos dois? Era cômodo? Eu podia voar? E a questão mais intrigante: Eu era feliz?
Injusto dizer que eu era infeliz. Injusto dizer que eu não aprendia. Justo dizer que eu estava desconfortável. Porque no fundo eu desejava fazer diferente e sentia uma certa culpa por querer mudar tendo a consciência de que muita gente gostaria de ocupar o meu lugar. Muita gente desconhecia o preço…. Enfim, eu pagava o preço e, de certa forma, paga-lo fazia eu me sentir competente e poderosa. Danado de ego! Aos poucos fui tendo mais respostas e dar o devido tempo para refletir sobre elas, tem me ajudado a pisar com mais segurança mesmo que o chão seja incerto. Sigo firme em solo instável, porém fértil. Há espaço para todos.
Reconhecer que tenho limitações, reconhecer que necessitar de ajuda faz parte do jogo, assim como oferecer ajuda, relembrar que as respostas e a cura estão dentro de mim, deixar pra trás tudo e todos que são fake e reforçar minhas qualificações são passos importantes nesse caminhar. Ter as rédeas da minha vida em minhas mãos é sensacional, estar na direção da vida é demais! Dá frio na barriga, dá trabalho, dá preguiça, dá tontura. Também dá vontade de sorrir mais. Causa prazer. Aumenta a felicidade. Vale à pena. Vale mesmo!
MF, 28/02/2016.
Deverá estar ligado para publicar um comentário.