Tirei essas fotos em setembro e outubro, respectivamente. Eu estava na sala onde trabalhava, quando essas simpáticas aves apareceram. Naquela época pensei: vieram me convidar a voar. Hoje entendo os sinais… Era eu querendo voar! Era eu pedindo liberdade! Era eu sonhando com uma nova vida! E tem aquela máxima: cuidado com os seus sonhos, eles tornar-se-ão realidade. Mais uma vez eu tive provas do poder da nossa mente. E da nossa fé. E da importância dos nossos sonhos.
Mas é assim, fácil? Não, não é. Refletindo sobre o porquê das dificuldades de alçar novos voos, lembrei-me das tentativas frustradas, das crenças limitantes que ouvimos aqui e acolá, dos julgamentos ignorantes a que todos estamos sujeitos e da importância equivocada que atribuímos a isso tudo.
Mas também não é impossível, claro que não! Que tal lembrar-se dos casos de sucesso que iniciaram de forma humilde e nem sempre estruturada? O segredo? Coragem. A coragem sempre vem acompanhada de outros atributos: ousadia, resiliência, humildade, disciplina, vontade, aquele comichão de seguir em frente sem temer os tombos.
Ainda lembro-me do que senti quando vi as aves… Reconheço que faltou coragem para voar, reconheço que faltou serenidade para atentar aos sinais da vida e mais do que isso, aos meus próprios sinais e sentimentos.
Fui arrancada da gaiola, fiquei sem ar, fiquei me debatendo, senti medo, vitimizei… Acreditava não fazer sentido a forma repentina e rude do processo. Mas foi o jeito que a vida encontrou de me presentear, de me mostrar novos caminhos.
Quantas vezes damos aquele sorriso de canto de boca ao invés do sorriso aberto e despretensioso? Ficamos conformados com metade, fazendo de conta que é inteiro? Arrumamos uma desculpa para postergar uma decisão ou seguir outra direção? Ficamos à espera da segunda-feira, da lua nova, do ano bissexto, do cometa de Halley. Já ouvi comentários do tipo, “pra realização, só quando eu nascer de novo”. Ficamos no vai e vem de relações, de decisões e sonhos.
Estou do lado de fora da gaiola e confidencio que ainda dando voos rasantes. Mas é uma questão de tempo. Erros também têm que ser novos. Resolvi aquietar e reconhecer outros sinais antes de voos mais altos. Tenho tudo e não preciso ter posse de nada. Apenas o poder de ser eu mesma, de fazer minhas escolhas e de respeitar os sinais, os meus, os do Universo, os da Vida.
Licença, vou ali voar, talvez não volte.
MF, 05.12.2015.
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